Dino de Alcântara
Humberto de Campos, certa vez, contou a Magalhães de Almeida, então governador do Maranhão, na hora do almoço – uma torta de caranguejo com arroz de toucinho – que havia em Alcântara uma moça muito bonita, desejada por todos os homens do lugar, ricos e pobres. Ela, numa de suas inúmeras viagens a São Luís, acabou encontrando um noivo bem situado financeiramente na justiça do Maranhão. Ele fizera várias investidas antes do casamento, mas em vão. Ela não havia cedido de jeito nenhum. Dizia que só depois do casamento. Ele, louco de amor, aceitou as condições e a levou ao altar, na Igreja Remédios.
Na noite de núpcias, após as primeiras carícias, ainda deitado no leito, ele confessa a ela que fez muito bem ter-se guardado para o casamento, porque ele poderia ter desistido da união por considerá-la mulher mundana, igual a muitas outras que havia conhecido.
Ao que ela, numa sinceridade de criança:
– E eu não sei disso? Sou mulher tola não, meu maridinho! Dois em Alcântara já tinham me passado a perna!