Dino de Alcântara
Naquela manhã de agosto de 1952, diante do delegado Delvete, em Alcântara, Dona Concita, esbravejava, ao lado da filha, a Josefina, contra Feliciano, no dizer dela, um larápio da pior espécie.
Diante das perguntas do Delegado, Dona Concita contou ela mesma, sem deixar que a filha narrasse, toda a situação envolvendo a desgraça que o larápio havia praticado contra a menina dentro do bananal de Zuza.
Estando na sala do Delegado, o padre Toinho, ouvia atentamente a narrativa, ora com um benza-te Deus, ora com um ar de susto.
Lá pelas tantas, depois de ouvir do delegado que ele intimaria o caboco para que viesse prestar depoimento, a mãe disse que havia ainda coisa pior:
O padre, assustado, tomou a dianteira, e perguntou o que era.
– Esse disgramado emprenhou minha filha.
O padre arregalou os olhos!
– Quer dizer... foi muito mal feito o que ele fez.
O padre Toinho, sem conter um riso cínico no canto da boca:
– Minha senhora, desculpa. Mas... não foi mal feito, senão ela não tinha emprenhado!