segunda-feira, 16 de dezembro de 2024

CAMA DE CASAL

 Dino de Alcântara

Ao retornar do Pará, depois de longos seis meses de trabalho, Apolinário, no alto de seus quase 50 anos, achou a esposa tão bonita e jeitosa, que tratou logo de fazer todos os seus desejos; dessa forma, no mesmo dia em que chegou, recebendo a incumbência de sua morena de 22 anos, tratou logo de resolver todas as pendências da casa.

Ela lhe preparou uma lista de coisas que precisava. Algumas eram urgentes, outras urgentíssimas e outras nem tanto.

Ela bem quis que ele anotasse, mas a pressa o impediu, dizendo que gravaria na cachola mesmo.

E ganhou a rua. Passou no armazém, passou na farmácia e ia se dirigindo para a casa de seu compadre marceneiro, quando o encontrou na rua.

– Oh, compadre! Bem que eu queria falar com o senhor mesmo.

– Diga, compadre, o que é?

Foi aí que os neurônios não atenderam ao chamado do pobre do Apolinário. Forçou, forçou, mas nada. Não lembrava do que a esposa Lucinha (esse era o nome da bela morena) tinha lhe dito sobre os serviços do marceneiro.

Nesse momento, passa por ali o Julinho, muito estimado pelo casal.

– Oh, Julinho!

– A bênção, meu padrinho!

– Deus te abençoe! Meu filho, vai correndo em casa saber o que a Lucinha quer com serviço do marceneiro. Ela me disse, mas não tem quem faça em meu lembrar do que era.

– É o estrado da cama, meu padrinho, que tá quebrado!”. Outro dia, ela quase cai. Tá rangendo como quê!



 

 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2024

O SEXO DO PEIXE

 

Dino de Alcântara

Quando perguntamos a alguém qual país do mundo ocidental tem mais doutores sem diplomas, isto é, sem que tenham frequentado uma faculdade e mesmo assim se sentem tão conhecedores da ciência quanto os que frequentaram ao menos quatro anos, certamente vamos ouvir como resposta “O Brasil!”. E dentre os estados do Brasil, certamente a resposta será “O Maranhão!”

E um bom exemplo desses doutores é o nosso afamado Quili, morador de Alcântara. Dias atrás, sabendo que um amigo seu estava querendo uns peixinhos para colocar numa lagoa, trouxe dentro de uma cuia d’água um peixinho – um jeju.

– Olha aqui, Zé.

– Quili, onde tu pegou esse jeju graúdo?

– Lá na Lagoa da Ostra. E este é bom, porque é macho. Vai já emprenhar as fêmeas tudinho.

– Como tu sabe que é macho?

– Ora, é só pegar aqui (mostrou o orifício do peixinho), massagear um pouquinho (com os dois dedos, fez uma boa fricção) e, se sair uma gosminha, é macho.

– Ah!

– Neste aqui eu já fiz. E saiu. Então é macho, entendeu?


 

QUALIFICAÇÃO PÓS-MODERNA

              Dino de Alcântara                                                    Micro CONTO (ou será miniconto?) Há tempos o gerente da...