Dino de Alcântara
Teatrinho a Vapor
PROFESSOR PAULO – Desembargador e Docente do Curso de Direito da UFMA
MAURINHO – Discente do Curso de Direito da UFMA
Alunos do Curso de Direito da UFMA
Cenário: Sala de Aula do Curso de Direito, CCSo, UFMA.
A cena passa-se em agosto de 2024.
Vários alunos estão à espera do docente, que se atrasou um pouco. Um deles vai até o quadro e, com um pincel vermelho, coloca a seguinte frase: DURA LEX, SED LEX.
PROFESSOR PAULO (Entrando na sala e dando de cara com a frase.) – Gostei da frase! É isso aí! A Lei é Dura, mas é a Lei.
MAURINHO – Professor, essa é uma frase de uma justiça ideal, a que todos nós brasileiros sonhamos ter algum dia.
PROFESSOR PAULO – Mas nós já temos.
MAURINHO – Onde? Em que tribunal? em que cidade brasileira?
PROFESSOR PAULO – Ora, ora...
MAURINHO – Veja o que aconteceu com o terrorista que matou a esposa índia... Ele já tinha praticado um feminicídio e estava livre, leve e solto. Que justiça dura é essa que solta um assassino que matou a própria esposa?
PROFESSOR PAULO – Esses casos são exceção, precisa ver o processo.
MAURINHO – Não são, professor... Por isso é que a frase latina deveria ser... (E dirigiu-se ao quadro, apagando o enunciado e colocando outro, talvez numa clara alusão ao escândalo de venda de sentenças no TJ Maranhão.)
LEX MOLLIS SED LEX NOSTRA
PROFESSOR PAULO (Incisivo.) – O que significa?
MAURINHO – A lei é mole, mas é a nossa lei!
PROFESSOR PAULO (Talvez pensando o mesmo que o aluno Maurinho.) – Nossa como?
Um aluno (percebendo que o assunto renderia uns atritos.) – Esquece, professor. Maurinho é de esquerda radical! Dê sua aula, mestre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário