segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025

DITADO VOLÁTIL

 

Dino de Alcântara

 

Teatrinho a Vapor

 


PROFESSORA DOMINGAS – Docente ainda muito presa aos preceitos gramaticais. Trabalha numa escola municipal do Anjo da Guarda

ALUNOS – Crianças em idade de 10 e 11 anos


Cenário: Escola Municipal Zé Sarney, localizada no Anjo da Guarda.


A cena passa-se em 2024.


PRÓLOGO: A professora Domingas pega a gramática de Sacconi, que estava em cima da mesa, abre e tira algumas palavras para um ditado. Sim. A atividade será um ditado, valendo 3 pontos na prova do segundo bimestre. Algumas palavras ela tira da própria cabeça. Inicia o ditado.

 

PROFESSORA DOMINGAS – (Pedindo silêncio de todos) – Vamos meninos. Primeira palavra: EDUCAÇÃO.

(Os alunos escrevem, alguns com rapidez, outros parece que desenham cada uma das letras no caderno).

Segunda palavra: EXTINTOR.

(Muitos nem sabem o que é esse bicho.)

Terceira: CONDUÇÃO.

Quarta: PESQUISA.

Quinta: LINGUAGEM.

Sexta: ENSINO.

(Para a sétima e última palavra, a professora pesquisa um vocábulo mais difícil. Folheia a gramática. Parece não encontrar uma que sirva. Até que...)

Sétima: VOLÁTIL.

(Espera.)

Pronto. Agora, me deem a folha. Botem o nome de vocês.

UM ALUNO – Não é preciso botar o cabeçalho?

PROFESSORA DOMINGAS – Como não? Tem que botar.  

(Os alunos fazem o que a mestra pediu e um a um entregam a atividade. A professora vai corrigindo logo para devolver. Mas... para diante do ditado de Caio e, olhos esbugalhados, não resiste e solta uma gargalhada, dessas que atravessam as salas, indo até o pátio da escola.)

UMA ALUNA – O que foi, senhora?

(Ela mostra a prova do crime.)

PROFESSORA DOMINGAS – Olhem. (E continua rindo.)

(Na atividade de Caio, a palavra 7 estava...)



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