segunda-feira, 25 de agosto de 2025

FUMA E UFMA

 Dino de Alcântara

 

CONTO/ANEDOTA

 

Criada a Universidade do Maranhão, em 21 de outubro de 1966, o MEC criou uma fundação para que gerisse a instituição, como rezava a lei. Daí o nome que passou a ser usado nos documentos oficiais era FUMA – Fundação Universidade do Maranhão.

Nos anos 70, o nome passou a ser UFMA – Universidade Federal do Maranhão. Porém, por conta do antigo nome, alguns docentes, sobretudo aqueles que ocupavam cargos na gestão, pronunciam não UFMA, mas UFUMA, com um U bem destacado. Era o caso da professora de Latim Inocência Cândida. Ela parecia ser um caso raro. Sim, porque até o reitor na época a corrigiu uma ou duas vezes. Mas nada de a pronúncia sair UFMA.

Numa sexta-feira, de maio, de 197..., um aluno, o Pinto, antes que a professora chegasse à sala de aula, no Pombal, pegou um giz e escreveu em destaque no quadro-negro:

 

UFUMA – Universidade Fuderal do Maranhão

Minutos depois, a professora Inocência, com uma cara de poucos amigos, apagava os dizeres, pensando numa maneira de como castigar aqueles infelizes (sim, porque por um todos pagam), com uma prova que, na época, em linguagem de feira, se chamava “rasgando!”

 

segunda-feira, 18 de agosto de 2025

UMA ESMOLINHA PARA UM POBREZINHO

 

Dino de Alcântara

CONTO-ANEDOTA

 

Terça-Feira Gorda de Carnaval de 1957 em São Luís. Baile de máscaras no Cassino Maranhense.

Já com uns bons goles de uma batida de maracujá, Dona Anica, viúva rica, com vários pretendentes batendo à sua porta e levando um não na cara, dança ao som de “Ei, você aí /Me dá um dinheiro aí”, já bem alegre, quando chega ao ouvido um sussurro em forma de pedido. Era o comerciante Antunes que suplicava uma esmolinha.

– Pode-se suplicar uma esmolinha...

Ela, parando a dança...

– Que esmolinha, senhor?

– Um beijo neste pobrezinho que anda com tanta fome...

Dona Anica, com um riso malicioso, que ela adorava, segredou-lhe:

 

– Já dei muita esmola hoje aos meus pobrezinhos...

E voltou a dançar, já com outra marchinha sendo tocada pela orquestra do Mestre Gervásio:

“Ó, abre alas, que eu quero passar...”

 

OS SAPATOS

  Dino de Alcântara   Teatrinho a Vapor   DR. ANTUNES – Advogado. Possui dois pares de sapatos, um preto e um marrom. O preto está ...