Teatrinho a Vapor
Dino de Alcântara
PERSONAGENS:
PREFEITO DE PENALVA – Homem de parcos conhecimentos filológicos e linguísticos, mas com uma teimosia grande em aprender os ditames gramaticais, para falar bem com as autoridades maranhenses.
O BISPO – Religioso com algumas falas e comportamentos extravagantes, sem receio de que fosse mal interpretado, uma vez que já era bastante idoso, não tendo mais nada a esperar do mundo.
Cenário: Praça principal da cidade de Penalva.
O Bispo vai chegando montado num lombo de um jumento, vindo da cidade de Viana. Calor insuportável! Tinha-se a impressão de que o religioso ia desmaiar a qualquer momento, dado o cansaço estampando no seu rosto. O prefeito se aproxima, sendo o primeiro a receber a autoridade eclesiástica.
A cena passa-se em 1963.
PREFEITO (nervoso com a presença do sacerdote.) – Boa tarde, seu Bispo... Quer dizer... Eeeexcelência...
BISPO (Olhando para todos.) – Boa tarde, meus filhos!
PREFEITO (Com uma expressão que aprendera com o professor Jonas, do Ginásio Penalvense) – Vossa reverendíssima não está cansada?
BISPO (Com os olhos bem abertos.) – Cansada?
PREFEITO (Com ar de quem comete uma heresia, usando o feminino, quando deveria ter dito o masculino.) – É é é Cansa...sa...do...
BISPO (Interrompendo o prefeito, sem receio de estar falando uma anedota diante de todas as ovelhas de Cristo.)) – Meu filho, eu estou é morta!
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