segunda-feira, 13 de janeiro de 2025

O GIGOLÔ DE ALCÂNTARA

 Dino de Alcântara

Casado há dois anos com Ludmila, Cassinho não vivia o casamento dos sonhos. Tinha grande respeito pela esposa, sim, mas não a amava. E ela tinha certeza de que ele se casara por interesse. E fazia questão de tocar sempre nesse assunto.

Professora concursada, com duas matrículas – uma no Estado e outra no município de Alcântara – viviam, por assim dizer, sem apuros financeiros. Os salários dela eram sempre suficientes para os dois.

Ele, professor de um reforço escolar para as bandas do Mirititiua, conseguia, quando muito, receber ao final do mês uns 600 ou 700 reais. Não eram suficientes nem para ele, que dirá para os dois.

Ela, irritada com alguma atitude dele, jogou na cara do esposo (pela décima vez ou talvez mais) que ele só havia se casado porque ela tinha dinheiro.

Ao que ele, em cima da bucha, refutou:

– Não foi porque tu tinha dinheiro que eu me casei, pequena!

– Foi por que, então?

– Foi porque eu não tinha dinheiro!  


 

 

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