Dino de Alcântara
Teatrinho a Vapor
Imagem criada com auxílio da I.A.
ZÉ NOGUEIRA – Professor de Literatura do afamado Liceu Maranhense. É casado com Loló, mas não vive bem no relacionamento.
BOCA DE SAPO – Jornalista do Jornal do Povo. Tem uma boca maior que o mundo. Não guarda segredo nem para os envolvidos.
Cenário: Mesa do Moto Bar. Largo do Carmo.
A cena passa-se em 1976.
BOCA DE SAPO (Sentando-se à mesa do professor.) – Que que há de novo, Zé?
ZÉ NOGUEIRA (Com uma caneca cheia de cerveja.) – Nada de novo. Tudo igual ao de ontem.
BOCA DE SAPO (Pedindo uma caneca também para acompanhar o professor.) – Rapaz, eu tenho um negócio pra te contar. Coisa séria.
ZÉ NOGUEIRA – Diga, homem. Não há segredos comigo. Pode falar.
BOCA DE SAPO – O negócio é o seguinte...
ZÉ NOGUEIRA – Desembucha...
BOCA DE SAPO – Não sei nem como começar...
ZÉ NOGUEIRA – Do começo.
BOCA DE SAPO – O caso é o seguinte: tua mulher, a Loló, ao que me disseram, está saindo com um médico da Santa Casa.
ZÉ NOGUEIRA – Hum!
BOCA DE SAPO – Parece que é o doutor Mendonça. Aquele cearense, bonitão!
ZÉ NOGUEIRA – Coitado dele!
BOCA DE SAPO – Por quê?
ZÉ NOGUEIRA – Ora, veja, meu amigo. Então o cara é médico. Deve ser rico e tem como amante a Loló? Com tanta mulher bonita na cidade...
Estou adorando essa ideia de "Teatro a vapor", vejo que está muito bem representado o estilo de Artur Azevedo. Adoro a utilização das didascálida, em texto curto e focado no dialogo ajudam a gente a visualizar a cena e que fenomenal esses nomes, um jornalista com nome "boca de sapo", uma ideia muito boa. A tirada final é muito cômica KKKKKKK.
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