segunda-feira, 9 de junho de 2025

ELE MERECIA COISA MELHOR

 Dino de Alcântara

 

Teatrinho a Vapor

  Imagem criada com auxílio da I.A.

 

ZÉ NOGUEIRA – Professor de Literatura do afamado Liceu Maranhense. É casado com Loló, mas não vive bem no relacionamento. 

BOCA DE SAPO – Jornalista do Jornal do Povo. Tem uma boca maior que o mundo. Não guarda segredo nem para os envolvidos.

 

Cenário: Mesa do Moto Bar. Largo do Carmo.

A cena passa-se em 1976.

 

BOCA DE SAPO (Sentando-se à mesa do professor.) – Que que há de novo, Zé?

ZÉ NOGUEIRA (Com uma caneca cheia de cerveja.) – Nada de novo. Tudo igual ao de ontem.

BOCA DE SAPO (Pedindo uma caneca também para acompanhar o professor.) – Rapaz, eu tenho um negócio pra te contar. Coisa séria.

ZÉ NOGUEIRA – Diga, homem. Não há segredos comigo. Pode falar.

BOCA DE SAPO – O negócio é o seguinte...

ZÉ NOGUEIRA – Desembucha...

BOCA DE SAPO – Não sei nem como começar...

ZÉ NOGUEIRA – Do começo.

BOCA DE SAPO – O caso é o seguinte: tua mulher, a Loló, ao que me disseram, está saindo com um médico da Santa Casa.

ZÉ NOGUEIRA – Hum!

BOCA DE SAPO – Parece que é o doutor Mendonça. Aquele cearense, bonitão!

ZÉ NOGUEIRA – Coitado dele!

BOCA DE SAPO – Por quê?

ZÉ NOGUEIRA – Ora, veja, meu amigo. Então o cara é médico. Deve ser rico e tem como amante a Loló? Com tanta mulher bonita na cidade...

 Imagem criada com auxílio da I.A.

Um comentário:

  1. Estou adorando essa ideia de "Teatro a vapor", vejo que está muito bem representado o estilo de Artur Azevedo. Adoro a utilização das didascálida, em texto curto e focado no dialogo ajudam a gente a visualizar a cena e que fenomenal esses nomes, um jornalista com nome "boca de sapo", uma ideia muito boa. A tirada final é muito cômica KKKKKKK.

    ResponderExcluir

QUALIFICAÇÃO PÓS-MODERNA

              Dino de Alcântara                                                    Micro CONTO (ou será miniconto?) Há tempos o gerente da...