segunda-feira, 15 de julho de 2024

O AZARADO

 Dino de Alcântara

 Teatrinho a Vapor

 


Imagem criada pela I.A.

 

JONAS – Professor de Língua Portuguesa na Rede Municipal de São Luís. É considerado sem nenhuma sorte na  cidade. Sonha ter uma namorada, seja bonita ou feia, desde que seja só sua. Não frequenta cabaré.

MANÉ PROSA – Funcionário público. Sortudo, na visão dele próprio. Costuma frequentar os cabarés da cidade.

LABICHO – Estudante, já em tempos de trabalhar, mas, por conta de uma mesada dos pais, moradores de Alcântara, ainda vive metendo os beijos nos copos de cerveja nos bares de São Luís.

 

Cenário: Bar Antigamente. Praia Grande.

A cena passa-se em 2007.

 

JONAS (Entrando no bar e sentando-se junto à mesa.) – Boa noite, meus amigos. Pensei que não os encontraria por aqui hoje!

MANÉ PROSA (Após pedir um copo ao garçom.) – Oh, professor, sente-se aqui conosco e tome uma Antarctica.

LABICHO – Como vai, professor?

JONAS – Rapaz, para variar, estou numa maré de azar danada. Estou até com medo de passar embaixo de urubu.

MANÉ PROSA (Contendo um risinho.) – E com as moças? Nada ainda, professor?

JONAS – Nada!

LABICHO (Vendo que ele tinha entre o material um livro de Ari Toledo.) – Está lendo Ari Toledo agora, mestre?

JONAS – Pois é... Para ver se tenho assunto com as moças...

MANÉ PROSA – E tem adiantado?

JONAS – Que nada... Quer dizer... Tive foi um pesadelo, depois de ler esse livro ontem.

LABICHO – Pesadelo?!

JONAS – Sonhei que eu estava numa praia deserta com três mulheres...

LABICHO – Mas isso não é pesadelo! É sonho maravilhoso!

JONAS – No sonho, estavam a Rita Cadillac,  a Xuxa, e a Thais Araújo... todas nuas, e eu lá...

MANÉ PROSA – Mas não entendo por que foi pesadelo!

JONAS – Porque não era eu, entenderam?

MANÉ PROSA – Não.

LABICHO – Também não.

JONAS – Não era eu aqui que estava lá, quer dizer era...

MANÉ PROSA – Isso está meio doido...

JONAS – É que eu era o Clodovil, compreendem?

 

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