Dino de Alcântara
Em meados de 1963, apareceu em Santa Eulália, município de Palmeirândia, um negociante de bois e cavalos. Já tinha vendido os dois bois que havia levado e restava apenas o cavalo.
Ao passar na porta da casa de Domingas Preta, dá com Raimundo Ponta-Queimada abancado num mocho, bem perto de um oitizeiro. Anuncia-se e oferece o cavalo, dizendo que era muito manso e que era uma pechincha.
Ponta-Queimada, que já tinha o seu, fogoso, de nome Faísca, cavalo muito afamado em toda a região, não deu conversa para o negociante.
Mas o homem era insistente. E assegurou que daria um desconto. Ponta-Queimada disse que não. Não queria.
Mas o negociante era teimoso. Tinha todas as manhas de um vendedor que não perde uma venda.
– O senhor monta num animal desse e, saindo daqui umas quatro da manhã, banda de cinco horas está dentro de Pinheiro.
Ponta-Queimada levantou-se do mocho, olhou bem na cara do sujeitinho e desferiu:
– E o que diabo eu vou fazer em Pinheiro cinco horas da madrugada?
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