Dino de Alcântara
Teatrinho a Vapor
PROFESSORA DOMINGAS – Docente ainda muito presa aos preceitos gramaticais. Trabalha numa escola municipal do Anjo da Guarda
ALUNOS – Crianças em idade de 10 e 11 anos
Cenário: Escola Municipal Zé Sarney, localizada no Anjo da Guarda.
A cena passa-se em 2024.
PRÓLOGO: A professora Domingas pega a gramática de Sacconi, que estava em cima da mesa, abre e tira algumas palavras para um ditado. Sim. A atividade será um ditado, valendo 3 pontos na prova do segundo bimestre. Algumas palavras ela tira da própria cabeça. Inicia o ditado.
PROFESSORA DOMINGAS – (Pedindo silêncio de todos) – Vamos meninos. Primeira palavra: EDUCAÇÃO.
(Os alunos escrevem, alguns com rapidez, outros parece que desenham cada uma das letras no caderno).
Segunda palavra: EXTINTOR.
(Muitos nem sabem o que é esse bicho.)
Terceira: CONDUÇÃO.
Quarta: PESQUISA.
Quinta: LINGUAGEM.
Sexta: ENSINO.
(Para a sétima e última palavra, a professora pesquisa um vocábulo mais difícil. Folheia a gramática. Parece não encontrar uma que sirva. Até que...)
Sétima: VOLÁTIL.
(Espera.)
Pronto. Agora, me deem a folha. Botem o nome de vocês.
UM ALUNO – Não é preciso botar o cabeçalho?
PROFESSORA DOMINGAS – Como não? Tem que botar.
(Os alunos fazem o que a mestra pediu e um a um entregam a atividade. A professora vai corrigindo logo para devolver. Mas... para diante do ditado de Caio e, olhos esbugalhados, não resiste e solta uma gargalhada, dessas que atravessam as salas, indo até o pátio da escola.)
UMA ALUNA – O que foi, senhora?
(Ela mostra a prova do crime.)
PROFESSORA DOMINGAS – Olhem. (E continua rindo.)
(Na atividade de Caio, a palavra 7 estava...)